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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sem despedidas


"Feche a luz, apague a porta."

Deixe-me falar em silêncio, gritar meu sussurro

Ficar a sós com a multidão que sou

Isente-me de qualquer responsabilidade maior que a de estar comigo

Permita que os aparelhos toquem a minha ausência enquanto minha presença não está aqui

Os meus pés estarão limpos e meus calçados à porta

Serei hospede de uma boa casa onde a ausência será a mais bela presença

Não me queira santa, não queira ouvir de mim santidades

Apenas me encontrarei bem

Deseje boas notícias, encarregue a fé de trazê-las 

Numa casa vazia não se ouve lamentos nem alegrias

Os dias continuarão oscilando entre o bom e o ruim, mas o bom não deixará de existir

Não sinto em partir, não irei findar.

Portanto fico sem despedidas


Lídia Rodrigues