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sábado, 17 de dezembro de 2011

E todos desejam Feliz Natal

Afinal o Natal é mais que uma invenção capitalista? Uma data marcada para que a população se torne menos má? Ninguém se torna menos mal no natal, pelo contrário. É possível que se acumule a um só dia a maldade de uma vida inteira.

As luzes, as árvores, papai Noel... Tudo enfeita a cidade até que se mergulha nela... 
Enfim, "não pega bem ser realista" nessa época. Os cartões de fim de ano não seriam vendidos se a mensagem fugisse ao clichê ainda que  essa não seja lida.
Então, eu desejo um feliz natal e um próspero ano novo.

Gosto do natal de todo dia. Aquele que se presenteia a Cristo fazendo o bem e ficando bem ou que simplesmente se faça o bem e fique bem. De um forma ou de outra o presente sempre é entregue e o beneficiado é quem oferta.
 
Lídia Rodrigues


 

Uma noite de paz - Fruto Sagrado

Você já esqueceu do aniversário de quem você ama?
Já esqueceu o nome de alguém que te ama?
Mas chega o fim do ano e é tudo igual.
Eu acho que vocês acham que eu sou débil-mental.
São mais de 300 dias debaixo da opressão.
Medo da guerra, da bala perdida, medo do medo, da solidão.
Eu vejo os shoppings lotados, ruas lotadas.
E avenidas decoradas por corações vazios.

Feliz Natal! Pra criança deixada na rua.
Noite Feliz! Praquele que não tem o que comer.
Feliz Natal! Pro pai desempregado.
Noite sem paz! Praquele que a morte viver.

Uma noite de paz. Uma noite. Uma noite de paz.

Estava desconfortável, escuro e frio.
O cheiro dos animais invadia o curral.
Onde a virgem Maria trouxe ao mundo;
O Príncipe da Paz, o único capaz;
De transformar o caos em harmonia;
A tempestade em calmaria.
Corações sujos como aquela estrebaria;
Em um lindo shopping center decorado pro Natal.

Feliz Natal! O natal que muita gente esqueceu.
Noite Feliz! Pra quem ainda não veio pra festa.
Feliz Natal! O mundo é quem ganhou o presente.
Noite sem paz! Pra quem esqueceu daquele que nunca te esqueceu.

Feliz Natal! Deixe-o nascer em seu coração.
Noite Feliz! O passado fica pra trás.
Feliz Natal! Você é o presente de DEUS.
Noite de paz! A morte morreu de medo ao ver JESUS nascer.

Uma noite de paz. Muito mais que uma noite de paz.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sem despedidas


"Feche a luz, apague a porta."

Deixe-me falar em silêncio, gritar meu sussurro

Ficar a sós com a multidão que sou

Isente-me de qualquer responsabilidade maior que a de estar comigo

Permita que os aparelhos toquem a minha ausência enquanto minha presença não está aqui

Os meus pés estarão limpos e meus calçados à porta

Serei hospede de uma boa casa onde a ausência será a mais bela presença

Não me queira santa, não queira ouvir de mim santidades

Apenas me encontrarei bem

Deseje boas notícias, encarregue a fé de trazê-las 

Numa casa vazia não se ouve lamentos nem alegrias

Os dias continuarão oscilando entre o bom e o ruim, mas o bom não deixará de existir

Não sinto em partir, não irei findar.

Portanto fico sem despedidas


Lídia Rodrigues

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Há quem cuida sempre


No fundo e nem tão fundo assim, a gente sabe que Deus traça um caminho pra nós e que mesmo no livre arbítrio ele continua nos guiando e o objetivo é sempre um lugar tranquilo. 

Mas faz parte desse objetivo que haja as dificuldades, até mesmo pra que possamos enxergar o sentido de tudo.



Lídia Rodrigues

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma nova realidade

Não escrevo divinamente bem (e às vezes nem bem escrevo), mas fico divinamente encantada com a possibilidade de colocar num papel tudo. Absolutamente tudo!

O que de grande jamais achei que pudesse sustentar, o pequeno que jamais imaginei poder ver, o abstrato que não pensei tocar, o que de inexistente jamais imaginei poder existir, o que de impronunciável não podia imaginar escrever...

As palavras se juntam aos sentimentos e no contexto fica um pedaço enorme de quem escreve. Daí é que se encontra a maneira mais plena de se expressar ainda que a expressão não fique clara para todos, tanto que é da beleza de escrever que falo.

Consegues imaginar a imensidão de um espaço no qual possa escrever?


A escrita é tão magnífica que fico a apreciar como uma criança que ao descobri-la fica feliz com a possibilidade de colocar uma parede no papel ou de ter um bicho esquisito e enorme no pedacinho de papel só para ela.






Aos especiais, eu desejaria que escrevessem para que fragmentos vivos possam perdurar e se não no momento presente, depois, quem sabe, serem compreendidos, e se não compreendidos na essência de quem escreve/escreveu que seja compreendido conforme a necessidade de quem se deleita no ato de ler.


Escrever é dar significações ao que se expressa. 
É fazer existir e existir no que se escreve.
É libertar-se!        

Lídia Rodrigues

terça-feira, 13 de setembro de 2011


Sei tão pouco desse jeito de viver...
Ensina-me, Senhor.
Não deixe que eu me perca em mim
Faz com que eu me ache em ti e que tu sejas meu jeito de viver.
Sou tão pequena, tão frágil e insignificante diante de sua grandeza,
Mas que seja também diante dela que eu me faça grande, forte e encontre sentido para a vida e o além dela.


Lídia Rodrigues

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A falta que fica


Não sei se é da época ou se é do coração ou se é de um cantinho escondido do coração que só nessa época é revelado.
Sei que é saudade de tudo que ficou longe, de tudo que é impossível reviver. É melancolia, é nostalgia...
Tristeza que cansa, tristeza que doe. Dificuldade absoluta de compreender as mudanças.
O tempo que sempre esteve em movimento foi (des)percebido apenas por mim?
Sensação de que não me adaptei e não vou me adaptar. E a pior delas é de nem poder imaginar que uma máquina futurística capaz de encaminhar-me à passados agradáveis traria de volta a alegria do tempo oficialmente já vivido.
Eu vou caminhar assim como todos: sem olhar, sem pensar demasiadamente no que passou. 
Vou caminhar.
Me responsabilizar por fazer passar mais alguns tempos... 
Fabricar saudades futuras.


P.S: Acometida de TPM.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Misture as tintas!

Há tempos o que vemos e vivemos no mundo é o preconceito, o juízo prematuro e injusto da identidade alheia. Diversas vezes pensa-se estar exposto na cara, nas vestes, e na tonalidade da pele o valor de cada um. Não se erra porque é humano, mas sim porque se tem pele escura. A cor da pele diversas vezes expõe todas as demais características prováveis de uma pessoa. 


É incrível e poderia ser sábio se não fosse insanidade humana a capacidade leiga de a partir da cor da pele levantar (pseudo) dados criminais, dados a cerca do caracter, posição social, entre tantos outros valores de um ser humano. O comportamento típico do negro é rotulado muitas vezes como o pior possível, por mais que esse não faça nada além do que agir como tantos outros de pele branca, amarela, verde ou azul. 


O que é correto? Talvez seja permanecer no direito de ficar calado por não haver necessidade alguma de explicar a presença de melanina na pele e morrer como inocente ou simplesmente andar calçado, bem vestido, limpo e fazer cara de intelectual, para viver e não ouvir falarem que ainda é um homem incorreto. Não basta ser, tem que parecer ser o que uma sociedade preconceituosa não procura encontrar.

Lídia Rodrigues



P.s :Sobre: Eu, um homem correto. In: Raízes da morte. São Paulo: Ática, 1977.
Carvalho, Murilo

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O sol se põe na mesma condição que nasce?







Ao som do Bolero de Ravel no saxofone do Jurandir, o pôr do sol era esperado por muitas pessoas (mas muitas mesmo).

Com fome, me aproximei de um charmoso barzinho quando na entrada fui abordada. Era necessário pagar um dinheirinho, pois o sol ia se pôr ao tal som. 

Não me contive e logo entrei numa atmosfera de pensamentos...

Se eu não pagasse o sol não iria se pôr naquele dia? Claro que ia! Centenas de pessoas (milhares ao longo da Praia do Jacaré, talvez) iriam pagar. Meu dinheirinho não era nada diante do quanto se podia arrecadar daquele povo. 

Coloquei a mão no bolso e saquei meus míseros R$ 5,00 (e por conta disto alguém acabou ficando sem lembrancinha). Entrei e prossegui na mesma atmosfera.

Quantos rostos felizes! Emocionados com tudo aquilo.

E lá vinha Jurandir com seu saxofone se equilibrando no barquinho guiado por um mocinho e suas muletas encostadas.

O sorriso dos rostos felizes agora ia de orelha a orelha. Emocionados, os olhos seguravam algumas lágrimas, os casais mais apaixonados e as câmeras miravam para flagrar a cena.

O sol começava a descer de seu pedestal lá no céu para dar espaço para a lua, e Jurandir lá aproveitando o show do sol para fazer o seu.

E eu pensando... 

Justo com o sol que nasce para todos e nessa mesma condição se põe? E nós pobres? Até isso querem nos tirar agora?

Não, porque eu dou valor no sol que se põe sem trilha sonora todos os dias no pé da serra atrás da minha casa.

O sol se põe todos os dias e lá está Jurandir a tentar acompanhar. 

Quanto a platéia, alguns merecem mesmo pagar por aquilo que se tem de graça para aprender a ver. Fazer o quê se para muitos até emoções tem valor empregado no dinheiro! 

Por sinal, bolero de Ravel é um agradável ritmo, embora repetitivo. O qual tem vida sob o sol a se pôr. A Praia do Jacaré é um bonito lugar para se fazer boas fotos. Mas o sol é sol em qualquer lugar, se pondo mais cedo ou mais tarde, com trilha sonora ou não. Seu espetáculo é sempre divino.

De qualquer forma, Jurandir, artista de belíssimo talento, não podia ter escolhido melhor iluminação e pegou carona no show certo! Pena o sol não poder lhe ensinar como brilhar com tamanha intensidade todos os dias.

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João Pessoa - PB
Na praia do Jacaré
Confira, mas não deixe de pensar!