Não escrevo divinamente bem (e às vezes nem bem escrevo), mas fico divinamente encantada com a possibilidade de colocar num papel tudo. Absolutamente tudo!
O que de grande jamais achei que pudesse sustentar, o pequeno que jamais imaginei poder ver, o abstrato que não pensei tocar, o que de inexistente jamais imaginei poder existir, o que de impronunciável não podia imaginar escrever...
As palavras se juntam aos sentimentos e no contexto fica um pedaço enorme de quem escreve. Daí é que se encontra a maneira mais plena de se expressar ainda que a expressão não fique clara para todos, tanto que é da beleza de escrever que falo.
Consegues imaginar a imensidão de um espaço no qual possa escrever?
A escrita é tão magnífica que fico a apreciar como uma criança que ao descobri-la fica feliz com a possibilidade de colocar uma parede no papel ou de ter um bicho esquisito e enorme no pedacinho de papel só para ela.
Aos especiais, eu desejaria que escrevessem para que fragmentos vivos possam perdurar e se não no momento presente, depois, quem sabe, serem compreendidos, e se não compreendidos na essência de quem escreve/escreveu que seja compreendido conforme a necessidade de quem se deleita no ato de ler.
Escrever é dar significações ao que se expressa.
É fazer existir e existir no que se escreve.
É libertar-se!
Lídia Rodrigues