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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Abre asas

Até o mais livre pensamento pode ficar preso na gaiola da imaginação. O ser é livre para escolher onde se aprisionar. 
    Lídia Rodrigues


O pássaro azul
                                         
– Quem quer comprar o pássaro azul?
– O pássaro azul!  repetiram os meninos.
– Quer-me vender?  Dou todos os meus brinquedos.
O moleque vendeu.
O menino rico levou a gaiola com o pássaro.  De tarde, o tio do menino foi visitá-lo, e ficou tão encantado com o pássaro que propôs:
– Em troca do pássaro azul eu lhe dou um automóvel.
O menino rico aceitou.
Mal o tio levou o pássaro para casa, chegou um amigo banqueiro:
– O pássaro azul… o pássaro da felicidade.
O banqueiro desafiou:
– Vamos disputá-lo num jogo de cartas?
O tio, que estava convencido que aquele era o pássaro azul da felicidade, aceitou.  E perdeu.
O banqueiro levou o pássaro azul para o palácio.
– Coloquem-no em uma gaiola de ouro… é o pássaro da felicidade.
Um criado, sabendo que aquele pássaro trazia a felicidade, roubou-o e deu-o de presente a sua noiva:
– È o pássaro da felicidade.
– Vou botá-lo no viveiro do jardim.
Botou.
Um moleque que estava com outros em cima do muro, reconheceu:
– Lá está o meu pássaro azul.
– È ele mesmo.
– Ainda está pintado de azul.  A cor não desapareceu.
E o pássaro vendo o lagozinho jogou-se n’água, tomou um banho… e a cor desapareceu.
Quando a moça voltou com o alpiste, ficou espantada:
– Cadê o meu pássaro azul da felicidade?

Em: Contos dos caminhos, Wilson W. Rodrigues, s/d, Estado da Guanabara [RJ]:Torre Editora.

Um comentário:

  1. Olá Lídia!
    Vi sobre seu blog lá no Face e vim dar um confere!
    Gostei muito e já estou seguindo!!
    Depois dá uma passadinha no meu humilde espaço http://penseoamanha.blogspot.com/
    Ficarei feliz em ver meu link ou meu banner por aqui!!
    Parabéns pelo blog!

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